domingo, 13 de julho de 2014

Seu Geraldo Filme " A voz do Samba Paulista "




Escrevo esta pequena matéria sobre samba  de São Paulo e por coincidência, talvez não, o tema abordado é sobre um dos grandes músicos dessa que indiscutilvelmente é a mais plural de nossas metrópoles. A cidade locomotiva do Brasil brilha intensamente e transpira uma cultura diversificada devido aos grandes imigrantes que a adotaram e dos migrantes brasileiros que levaram para ela a nossa diversidade. Contudo, mesmo com toda sua heterogeneidade São Paulo tem uma cultura própria que a identifica vinda de sua origem caipira mas que agregou também a nossa negritude e dela soube tirar proveito, principalmente no samba esse gênero musical que para muitos so tem representatividade no Rio de Janeiro. É claro que a cidade maravilhosa, não sei se tão maravilhosa ainda, é o maior celeiro de sambistas pátrios e a sua tradição nesse aspecto pode ser considerada insuperável, porém, apesar de estabelecer-se com uma forte identidade carioca ele na realidade incorpora de tal forma o espírito de nossa gente que passa a ser patrimônio nacional sem limites de fronteira.

     Dito isso podemos então ouvir samba em qualquer recanto de nosso imenso país percebendo que a cada lugar em que ele é executado traz consigo um pouco das tradições locais e identificado-o pelas maneira como é executado. Pensando nisso foi que me veio à lembrança que uma das mais infelizes denominações dadas a São Paulo é o fato dela ter sido chamada de tumulo do samba, eu já falei sobre isso antes, mas nunca é demais relembrar que trata-se de uma inverdade absoluta mas que por algum motivo acabou se tornando quase que um consenso. O fato é que o estigma não pegou nem pegaria jamais, pois uma terra que pariu Noite Ilustrada, Germano Mathias, Adoniram Barbosa, Demônios da Garoa e Geraldo Filme, apenas para citar alguns mais conhecidos ja que a lista é imensa, merece ser louvada como um dos berços mais distintos do samba nacional.

     Sobre Geraldo Filme é importante lembrar que mesmo não sendo uma figura largamente conhecida nacionalmente seu talento de compositor o eleva a um dos patamares mais altos da hierarquia do samba brasileiro. Nascido na cidade paulista de São João da Boa Vista em 1928, ao cinco anos mudou-se com a família para a capital e como a maioria de nossa população era um garoto e jovem pobre que tirava seu sustento como entregador de marmitas, mas se a pobreza era um problema que tinha de enfrentar, esta tinha sua compensação com a capacidade de criar belos sambas e tornar-se ainda muito cedo um conhecido e respeitado compositor. Foi um dos fundadores do cordão carnavalesco Paulistano da Glória, mas tarde transformado em escola de samba e iniciou sua carreira trabalhando nas escolas de samba Coloração do Brás e Vai Vai, sendo que nesta última chegou a diretor de carnaval e campeão com o samba enredo de sua autoria Solano, vento forte africano, composto em homenagem ao folclorista Solano Trindade, é também autor dos sambas Vai no Bexiga pra ver, que se tornou uma espécie de hino da Vai Vai e Silencio no Bexiga, feito em homenagem a Pato N’água, famoso diretor de bateria da escola.

     Incorporando toda a essência de sua negritude Geraldo Filme tornou-se uma referencia e uma liderança na comunidade negra de São Paulo, denunciando injustiças sociais além de lutar pela afirmação da cultura negra na sociedade paulista, sua obra é fundamental para a compreensão da formação e da dificuldade vivenciada pelos afrodescendentes paulistas, bem como a sua relação com a cidade que crescia e se transformava velozmente. Defensor das tradições culturais de seu povo trouxe para o carnaval de São Paulo todo o brilho do samba consolidando-o como uma das maiores expressões musicais da terra da garoa afirmando sua identidade e incorporando-o como elemento hegemônico entre as diversas manifestações que se integram no cenário plural da maior cidade brasileira. A ele o carnaval da grande metrópole deve o seu desenvolvimento e afirmação como manifestação popular a partir da segunda metade do século vinte. Em 1980 aos 52 anos Geraldo Filme gravou seu único disco na gravadora Eldorado interptetando seus maiores sucessos, trata-se de um trabalho que revela a mais pura raiz do samba urbano paulista onde se percebe o seu enorme talento de compositor, poeta e intérprete. Decididamente é um disco fundamental porque demonstra o espírito negro da maior de nossas cidades através de um corolário de imagens que definem todo o engajamento do artista pela luta da afirmação de seus irmãos de cor. O repertório é formado por pérolas como, A morte de Chico Preto, Mulher de malandro, Eu vou pra lá, Garoto de pobre, História da capoeira, São Paulo menino grande, Vai cuidar de sua vida, Vamos balançar, além das citadas Vai no Bexiga pra ver e Silencio no Bexiga, mais Tristeza do sambista, a única de sua não autoria, composta por Osvaldo Arouche e Walter Pinho.

     Finalizando o disco temos Reencarnação em que ele com todo seu talento de poeta resume de modo brilhante a sua filosofia de vida:

Eu quero ser sambista
Ao renascer de novo
Pra cantar a alegria
E desventura de meu povo
Quero ter muitos amigos
Como tenho atualmente
Cantar samba na avenida
E nascer negro novamente.

     Geraldo filme renasceu para a eternidade em 5 de janeiro de 1995 e certamente continua inspirando a luta e a dignificação dos negros em todo o país principalmente em sua terra, São Paulo, cuja tradição afro teve nele um de seus mais ilustres filhos e divulgadores. Axé!



  • BIOGRAFIA
Geraldo Filme, nome artístico de Geraldo Filme de Souza (São Paulo, 1927São Paulo, 5 de janeiro de 1995), compositor, cantor e militante negro brasileiro. Também foi conhecido como; "Seu Geraldo", "Geraldão da Barra Funda", "Tio Gê" (apelido dado pelas crianças), "Corvão" e na infância de"Negrinho das Marmitas".

Geraldo Filme era filho de Sebastião e Augusta Geralda, ambos nascidos em São João da Boa Vista e filhos de negros contemporâneos aos ultimo anos do sistema escravista. Segundo seu registro oficial, Geraldo Filme nasceu em São João da Boa Vista, no interior paulista, no ano de 1928. Contudo, segundo ele próprio afirmou no programa Ensaio da TV Cultura, ele teria nascido na capital paulista em 1927. São João da Boa Vista , foi o local onde ele foi registrado e batizado, por ser a terra natal de seus pais e familiares de ambos os lados. Na época era bastante comum, pelo menos entre as famílias negras, batizar e registrar os filhos na terra de origem da família como se a criança também fosse nativa daquela terra. Segundo ele a festa de seu batizado durou mais de um dia. O pai tocava violino, mas foi com a avó que conheceu os cantos de escravos que influenciaram sua formação musical.
Sua mãe tinha uma pensão nos Campos Elísios e ficou conhecida como "negra da pensão". Ela fazia marmitas que o menino Geraldo entregava em toda a região, ficando conhecido como "Negrinho da Marmita". Antes de ser dona de pensão, a mãe de Geraldo Filme foi empregada domestica de uma abastada família paulistana. Nessa época ela teve a oportunidade acompanhar essa família em uma viagem a Londres. Depois de observar os movimentos sindicais em Londres ela teve a ideia de fundar o sindicato das empregadas domesticas, classe trabalhista, que em São Paulo era formado praticamente apenas por mulheres negras. Esse sindicato deu origem ao grêmio recreativo que deu origem ao cordão carnavalesco que futuramente iria se transformar na Escola de Samba Paulistano da Glória.
O cantor e compositor Zeca da Casa Verde foi grande amigo de infância de Geraldo Filme. Devido a forte amizade entre suas respectivas mães, Geraldo e Zeca,que tinham a mesma idade, praticamente, foram amigos "de berço" ao ponto de se identificarem como primos. Na Barra Funda, bairro vizinho, o pequeno Geraldo Filme e Zeca, seu primo de consideração, passavam um bom tempo nas rodas de samba e tiririca (capoeira) que os carregadores e engraxates improvisavam, no Largo da Banana. Nessa época o samba, assim como muitas das manifestações culturais da população negra, eram proibidas. De modo que muitas vezes a roda era interrompida com a chegada da policia.
Aos 10 anos, após ouvir o pai dizendo que em São Paulo não se fazia samba de qualidade como no Rio de Janeiro, Geraldo Filme compôs seu primeiro samba "Eu Vou Mostrar" com o intuito de provar ao pai que em São Paulo havia samba de qualidade.
Tanto na infância quanto na vida adulta Geraldo Filme participou da festa de Bom Jesus de Pirapora onde havia grande participação da população negra. Discriminados, durante essa festa os negros ficavam alojados em barracões fora da área urbana. Ali, após a parte religiosa do evento, eles se divertiam com samba de bumbo e outras danças então comuns a população negra do sudeste. Certa vez, quando Geraldo Filme era menino, sua mãe , pagando uma promessa, o havia vestido de anjo. No entanto o organizador da festa o proibiu de andar na procissão com outras crianças vestidas de anjo, por ser negro. Revoltada sua mãe jogou fora as asas e o levou ao barracão onde os negros faziam suas festas, onde não eram discriminados. Essa ocorrência o teria marcado ao ponto de na vida adulta, ter servido de inspiração para o samba "Batuque de Pirapora".
Geraldo Filme foi testemunha participante das antigas manifestações culturais populares de São Paulo, sobretudo das, então reprimidas manifestações culturais da população negra. No programa Ensaio, falando sobre sua juventude ele relatou as rodas de tiriricas, cujos instrumentos improvisados eram as palmas das mãos, as latas de lixos e as caixas de engraxar sapato. Ele relatou os bailes que os negros promoviam nos porões, para driblar as repressões policiais, as Festas de Bom Jesus de Pirapora, os tamborins artesanais (não havia em São Paulo nenhuma loja especializada nesse tipo de instrumento) em formato quadrado cuja armação era de madeira e o coro feito com pele de gato e que era esticado numa fogueira improvisada com papel de jornal. Relatou uma época em que o Carnaval acontecia nas ruas sem intervenção do Estado e era sustentado pelo gosto da própria população que, informalmente, se organizava. Nos bairros, por exemplo, enquanto os negros cuidavam da parte musical os italianos se encarregavam da parte da alimentação.
Geraldo tem o nome ligado à história do Carnaval paulista. Respeitado e querido por todas as escolas, marcou presença na Unidos do Peruche, para quem compôs sambas-enredo, mas é lembrado principalmente por sua ligação com a Vai-Vai. O samba "Vai no Bexiga pra Ver" tornou-se um hino da escola, e "Silêncio no Bexiga" homenageia um célebre diretor de bateria da Vai-Vai, exímio capoeirista das antigas rodas de tiririca e chefe da torcida organizada do Corinthians, o Pato Nágua assassinado, na cidade de Susano, pelo Esquadrão da Morte. Com o samba-enredo “"Solano Trindade, Moleque de Recife" levou a escola ao título de campeã.
Um grande conhecedor da história de São Paulo, Geraldo pesquisou e compôs o samba Tebas que conta a história da origem desse termo que significava "o bom" ou "o melhor" e era muito usado pelos paulistanos no século passado. A origem desse termo se dá devido a um escravo que conseguiu sua carta de alforria por ser um grande conhecedor de alvenaria e hidráulica, sendo o responsável pela construção das torres da Catedral da Sé e da canalização dos esgotos da região central da cidade. Foi dele o primeiro casamento na catedral após a construção das torres. Ele construiu também um chafariz no centro da cidade. Ambas autorias não são lembrados pelas autoridades.
Nos últimos anos de vida trabalhou na organização do Carnaval na cidade de S. Paulo, tornando-se uma referência da cultura negra paulistana. Um aspecto pouco estudado de sua obra é a releitura do samba rural paulista ("Batuque de Pirapora", "Tradições e Festas de Pirapora"), que trazem elementos dos jongos, vissungos e batuques ensinados por sua avó. Deixou poucas gravações, e boa parte de sua obra continua desconhecida. O LP “Geraldo Filme”, gravado em 1980, demorou 23 anos para ser lançado em CD (Eldorado, 2003).
Uma importante gravação de cunho documental e histórico, O Canto dos Escravos, com Clementina de Jesus e Doca da Portela (Eldorado, 1982), também já pode ser encontrada em CD. A gravação do programa Ensaio, realizada em 1982, é outro documento valioso sobre Geraldo Filme (SESC/ TV Cultura).
Suas composições podem ser ouvidas em gravações de Beth Carvalho (Beth Carvalho Canta o Samba de São Paulo), Osvaldinho da Cuíca (História do Samba Paulista), grupo A Barca, entre outros. Existe em vídeo um documentário sobre sua obra, realizado por Carlos Cortez, uma coprodução da TV Cultura, CPC-Umes e Birô da Criação.


  •  IMAGENS  GERALDO FILME

















  • ILUSTRAÇÃO DO ARTISTA:. ZÉ NIVIO



 
  • VIDEOS  COM SEU GERALDO FILME



                           PROGRAMA ENSAIO EM 1992 - TV CULTURA COMPLETO







                                  Geraldo Filme - Baluartes do Samba Paulista

 

 

   




TRECHOS DO DOCUMENTÁRIO SOBRE SEU GERALDO FILME


 

   

 

 DISCOGRAFIA    

  • 1980 - Geraldo Filme
  • 1982 - O Canto dos Escravos (Com Clementina de Jesus e Doca)
  • 1982 - Memória Eldorado
  •  

Falar sobre seu Geraldo é gratificante pra mim que o conheci pessoalmente, um grande sambista e uma pessoa impar deixou muitas saudades, o samba paulista e o carnaval deve muito a este mestre salve Seu Geraldo como eu o chamava.

" O Samba tem fundamento, rege o sentimento, também é raiz"

 

Anderson Silva Poeta.

 

 



quinta-feira, 29 de maio de 2014

ROBERTO RIBEIRO ESTRELA DE MADUREIRA

Dando continuidade a incessante luta em não deixar cair no ostracismo alguns nomes de nossa MPB, venho hoje lembrar do saudoso Roberto Ribeiro.
Dermeval Miranda Maciel, mais conhecido como Roberto Ribeiro nasceu em 20 de julho 1940 há 74 anos atrás. Todos aqueles que admiram o bom samba sabem que Roberto foi um exímio cantor e puxador de samba-enredo brasileiro.
Sambista do Império Serrano, Roberto Ribeiro construiu uma respeitável carreira de intérprete e compositor desde a segunda metade da década de 1960. De voz bem timbrada e enxuto fraseado, seu repertório incluíam sambas de todos os tipos, como afoxés, ijexás, maracatus e outros ritmos africanos. Tem mais de 20 discos gravados, com sucessos populares como as canções "Acreditar""Estrela de Madureira""Todo Menino É um Rei""Malandros Maneiros""Fala Brasil" e "Amor de Verdade".
Anderson Silva Poeta.


Biografia

Filho de Antônio Ribeiro de Miranda (um jardineiro) e Júlia Maciel Miranda, Roberto era um carioca típico, apaixonado por futebol e samba. Aos nove anos de idade, trabalhava como entregador de leite. Naquele tempo, já frequentava a Escola de Samba Amigos da Farra, da cidade de Campos dos Goytacazes, e participava das festas do tradição "Boi Pintadinho".

Ele foi jogador de futebol profissional em sua cidade natal. Depois de passagens por equipes amadoras (Cruzeiro e Rio Branco), ele se tornou goleiro do Goytacaz Futebol Clube. Era conhecido pelo apelido de "Pneu". Em 1965, Roberto mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro em busca de um lugar em um clube grande carioca.
Chegou a treinar no Fluminense, mas acabou desistindo da carreira e começou a trabalhar com música, a se apresentar no programa "A Hora do Trabalhador", da Rádio Mauá, do Rio de Janeiro. Sua performance chamou a atenção da compositora Liette de Souza (que viria a ser sua esposa), irmã do compositor Jorge Lucas. Ela resolveu apresentá-lo aos sambistas da Império Serrano e Roberto passou a frequentar as rodas de samba da tradicional escola de Madureira. A diretoria da Império convidou-o para ser o puxador de samba-enredo da escola no Carnaval de 1971.

Ele aceitou, mas se afastou nos dois carnavais seguintes para gravar seus primeiros discos como cantor. A partir de 1974, Roberto Ribeiro firmou-se como puxador oficial da Império, defendendo a agremiação até o Carnaval de 1981. Dentre os grandes destaques nos desfiles cariocas, estão os sambas-enredo "Brasil, Berço dos Imigrantes", de 1977 (feito em parceria com o cunhado Jorge Lucas), e em "Municipal Maravilhoso, 70 Anos de Glórias", de 1979 (parceria com Jorge Lucas e Edson Passos).

Sua carreira como cantor ganhou impulso a partir de 1972 com gravações de três compactos em parceria com Elza Soares pela Odeon. Satisfeita com o sucesso dos compactos, o selo lançou o LP "Elza Soares e Roberto Ribeiro". No ano seguinte, Roberto gravou um LP, "Simone et Roberto Ribeiro - Brasil Export 73 Agô Kelofé", junto com a Simone, lançado pela Odeon exclusivamente para o mercado externo.

Em 1975, a mesma gravadora lançou o compacto duplo "Sucessos 4 sambas", no qual Roberto Ribeiro interpretou "Leonel/Leonor" (de Wilson Moreira e Neizinho). Ainda neste ano, foi lançado o disco "Molejo", que despontou com os sucessos "Estrela de Madureira" (de Acyr Pimentel e Cardoso) e "Proposta amorosa" (de Monarco) e chamou a atenção da crítica. No ano seguinte, foi lançado "Arrasta Povo", LP que destacou mais dois grandes sucessos nas rádios de todo o Brasil: "Tempo É" (de Zé Luiz e Nelson Rufino) e "Acreditar" (de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho). Gravou em 1977 o LP "Poeira Pura", onde se destacou "Liberdade" (de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho).

Um ano depois, foi lançado o álbum "Todo Menino É Um Rei", que o colocou outra vez nas lista dos discos mais vendidos, puxado pelos sucessos da faixa-título (de Nelson Rufino e Zé Luiz), de "Amei demais" (de Flávio Moreira e Liette de Souza), de "Isso não são horas" (de Catoni, Chiquinho e Xangô da Mangueira) e de "Meu drama" (de Silas de Oliveira e J. Ilarindo) - esta incluída também na trilha sonora da novela "Pai Herói", da Rede Globo. Em 1979, foi a vez do lançamento do LP "Coisas da Vida", que teve entre as mais tocadas "Vazio" (de Nelson Rufino), também conhecida na época como "Está faltando uma coisa em mim", e "Partilha" (de Romildo e Sérgio Fonseca).

No início da década de 1980, Roberto gravou "Fala meu povo". Neste LP, de 1980, constavam algumas composições de sua autoria como "Vem" (parceria com Toninho Nascimento) e sucessos como "Só chora quem ama" (de Wilson Moreira e Nei Lopes) e "Quem lucrou fui eu" (Monarco). Em 1981, foi lançado "Massa, raça e emoção", com o sucesso "Santa Clara Clareou" (de Zé Baiano do Salgueiro).

Em 1983, foi lançado o disco "Roberto Ribeiro", com o sucesso "Algemas" (parceria com Toninho Nascimento). Em 1984, no seu LP "De Palmares ao tamborim", obteve êxito com "Lágrima Morena" (outra parceria sua com Toninho Nascimento). Naquele ano participou do disco "Partido alto nota 10", de Aniceto do Império, no qual interpretaram em dueto a faixa "Chega Devagar", de autoria de Aniceto do Império.
Em 1985, foi lançado o LP "Corrente de Aço", que contou com a participação de Chico Buarque de Hollanda na música "Quem te viu, quem te vê" (do próprio Chico) e de Nei Lopes, em "Malandros maneiros" (Nei Lopes e Zé Luiz). Em 1987, Roberto Ribeiro gravou o disco "Sorri pra Vida", obtendo sucesso com a faixa "Ingrata Paixão" (de Mauro Diniz, Adílson Victor e Ratinho) e, um ano depois, "Roberto Ribeiro", que contou com a participação especial de Alcione na faixa "Mel pra minha dor" (de Nelson Rufino e Avelino Borges) e do Grupo Raça, em "Malandro mais um" (de Ronaldinho e Carlos Moraes).

Passou a sofrer de um seriíssimo problema de vista e, em Janeiro de 1996, faleceu em virtude um atropelamento no bairro de Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Perdeu um olho em razão de uma contaminação por fungo agravada pelo diabetes).

Um ano antes, em 1995, a EMI-Odeon lançou a coletânea "O Talento de Roberto Ribeiro", na qual compilou 22 sucessos de seus vários discos. Roberto participara ainda naquele ano do disco-homenagem "Clara Nunes com Vida", produzido por Paulo César Pinheiro, no qual interpretou (com sua voz acrescida posteriormente) um dueto com Clara Nunes, "Coisa da Antiga" (de Wilson Moreira e Nei Lopes).

Sua vida foi contada em livro de autoria de sua própria esposa, Liette de Souza Maciel, com o título "Dez anos de saudade" (Potiguar Editora).




Imagem com  Alex Ribeiro filho.

 E, para tonar mais viva a presença de Roberto hoje  temos  Alex Ribeiro,  
filho, e seu irmão, Carlos de Souza enteado de  Roberto.
Ambos filho de Eliette  de Souza,  dando  continuidade ao seu trabalho e cantando seus sucessos.

Alex Ribeiro

Carlos de Souza



IMAGENS ROBERTO E AMIGOS


Roberto e Pelé


Roberto e Elza Soares

Roberto e Martinho da Vila
Roberto , Clara Nunes e Martinho da Vila

Banda R.R.

Roberto e Paulo Cesar Pinheiro

Roberto e Simone


Roberto e Zico





VIDEOS


Roberto Ribeiro - "Todo menino é um rei" (clipe de 1978)



Roberto Ribeiro - Meu Drama (Senhora Tentação)





Alcione e Roberto Ribeiro: Mel pra minha dor






Beth Carvalho e Roberto Ribeiro cantam "Cocorocó" - 1988







Gonzaguinha 1981. com Roberto Ribeiro. fala Brasil, e vamos à luta.



Discografia



1972 - ELZA SOARES E ROBERTO RIBEIRO

Faixas:
01 - Swing negão / Brasil pandeiro / O samba agora vai / É com esse que eu vou (Elza Soares / Assis Valente / Pedro Caetano / Pedro Caetano) — intérpretes: Roberto Ribeiro e Elza Soares)
02 - Aurora de um sambista (Tôco) — intérprete: Roberto Ribeiro
03 - Domingos domingueira (Eduardo Marques) — intérprete: Elza Soares
04 - Cicatrizes (Miltinho e Paulo César Pinheiro) — intérprete: Roberto Ribeiro
05 - Isto é papel João? / Cocorocó / Decadência (Paulo Ruschell / Paulo da Portela / Cartola) — intérpretes: Roberto Ribeiro e Elza Soares
06 - Recordações de um batuqueiro (João Gomes e Xangô da Mangueira) — intérpretes: Roberto Ribeiro e Elza Soares
07 - O que vem de baixo não me atinge (Johnny Alf) — intérprete: Elza Soares
08 - Lenço cor de rosa (Eduardo Marques) — intérprete: Roberto Ribeiro
09 - Sacrifício (Mauricio Tapajós e Mauro Duarte) — intérprete: Elza Soares
10 - Coisa louca / A razão dá-se a quem tem / O que se leva desta vida (Ismael Silva / Francisco Alves, Ismael Silva e NoelRosa / Pedro Caetano) — intérpretes: Roberto Ribeiro e Elza Soares


1973 - SIMONE et ROBERTO RIBEIRO - avec João de Aquino (guitare) À Bruxelles - Brasil Export/73


Faixas:

01 - Bamboleo (André Filho) Simone

02 - Voltei Pro Morro (Vicente Paiva / Luis Peixoto) Simone
03 - Lamento Negro (Constantino Silva "Secundino" / Humberto Porto) Simone
04 - Que Navio É Esse (Tradicional / Adpt. Simone)
Lavadeira do Taboão (Tradicional / Adpt. Simone)
Vai Lavar o Siri (Tradicional / Adpt. Simone) Simone
05 - Berimbau (Baden Powell / Vinicius de Moraes) João de Aquino e Roberto Ribeiro
06 - Manhã de Carnaval (Luis Bonfá / Antônio Maria) Roberto Ribeiro
07 - Não Tenho Lágrimas (Milton de Oliveira / Max Bulhões) Roberto Ribeiro
08 - De Uma Noite de Festa (Marcelo Melo / Fernando Filizola) Roberto Ribeiro e Simone=



1976 - ARRASTA POVO


Faixas:
01 - Tempo ê 
02 - Acreditar 
03 - O quitandeiro 
04 - Samba do Irajá 
05 - Podes rir 
06 - Império bamba
07 - Glórias e graças da Bahia
08 - Lua aberta
09 - Rose
10 - Samba do sofá
11 - Meu pranto continua 
12 - Moda-Ruê

Poeira Pura (1977)

Faixas:
01 - Liberdade
02 - Coité, Guia
03 - Um dia de rei
04 - Prece a Xangô
05 - Propágas
06 - Caro amor
07 - Engenho Novo
08 - Pernambuco, o Leão do Norte
09 - Amor de verdade
10 - Cabide de molambo
11 - Início de felicidade
12 - Poeira pura



Roberto Ribeiro (1978)

Faixas:
01 - Todo menino é um rei
02 - Favela
03 - Isso não são horas
04 - Meu drama
05 - Flor mulher
06 - Noite amiga
07 - Amei demais
08 - Um poema pra você (Fonte de inspiração)
09 - Rosas do mar
10 - Quero
11 - Ao povo em forma de arte
12 - Não sou feliz no amor


Roberto Ribeiro - Coisas da vida (1979)



Faixas:

01 - Vazio (Está faltando uma coisa em mim)
02 - Triste desventura
03 - Amor aventureiro
04 - Impetuosa
05 - Partilha
06 - Não sei
07 - Bate coração
08 - Dengo Só
09 - Coração contraído
10 - Inenuidade
11 - Pá-nela
12 - Coisas da vida



Roberto Ribeiro - Fala meu povo (1980)
Faixas:

01 - Resto de Esperança
02 - Jura
03 - O Patrão Pediu Serão
04 - Artifício
05 - Planta Imortal
06 - Ebó
07 - Vem
08 - Quem Lucrou Fui Eu
09 - Só Chora Quem Ama
10 - Quem Sabe Amanhã
11 - Gamação Danada
12 - Heróis da Liberdade


Roberto Ribeiro - Massa, raça e emoção (1981)
Faixas:
01 - Passagens
02 - Se eu soubesse vem depois
03 - Fala Brasil
04 - A paixão e a jura
05 - Calamidade
06 - Jongo do irmão café
07 - Santa Clara clareou
08 - Desperta gigante
09 - Passarela da vida
10 - Só mais esta vez
11 - Eu sou assim
12 - Conchas e estrelas


Roberto Ribeiro - Fantasias (1982)

Faixas:
01 - Fumo de rolo
02 - Tarde demais
03 - Inquilino
04 - Do universo nunca mais
05 - Cinzas da solidão
06 - Muita coisa para um só coração
07 - Fantasias
08 - Cantos da vida
09 - Correntes
10 - Nega rainha
11 - Cartas marcadas
12 - Viola da serrinha

Roberto Ribeiro (1983

Faixas:
01 - Fumo de rolo
02 - Tarde demais
03 - Inquilino
04 - Do universo nunca mais
05 - Cinzas da solidão
06 - Muita coisa para um só coração
07 - Fantasias
08 - Cantos da vida
09 - Correntes
10 - Nega rainha
11 - Cartas marcadas
12 - Viola da serrinha

Roberto Ribeiro - De Palmares ao tamborim (1984)


Faixas:
01 - De Palmares ao tamborim
02 - Braços abertos
03 - Lágrima morena
04 - Raiz e flor
05 - Divina aurora
06 - Ciganinha
07 - Maculelê do tamanduá
08 - Maior que o mar
09 - Nego benguela
10 - Eu, avenida e você
11 - Aventura
12 - Ainda que tarde


Roberto Ribeiro - Corrente de aço (1985)
Faixas:

01 – Malandros maneiros
02 – Divina invenção
03 – Adeus timidez
04 – Miçanga
05 – Perdão amor
06 – Amor, amor, amor
07 – Quem te viu, quem te vê
08 – Pedra falsa
09 – Corrente de aço
10 – Chafariz
11 – Côco sacudido
12 – Levante



Roberto Ribeir0 - Sorri pra vida (1987)


Faixas:
01 – Sorri pra vida
02 – Desbandeira
03 – Onde não existe flor
04 – Festa de Reis
05 – Ingrata Paixão
06 – Ginga Angola
07 – Dom de fingir
08 – Serra, serrinha, serrano
09 – Olodum
10 – Cada problema uma solução
11 – Fique
12 – Do mesmo chão



Roberto Ribeiro - Devaneios e tramas (1988)

Faixas:

01 – Devaneios e tramas
02 – Coisas do destino
03 – Razão e emoção
04 – Não vai não
05 – Malandro mais um
06 – Roda de samba
07 – Mel pra minha dor
08 – Álbum de familia
09 – Tempo pra pensar
10 – Céu de pudor, mas de paixão
11 – Desapego
12 – Espalhando fé



Roberto Ribeiro - Brasil Samba (1992)

Faixas:
01 – Meu drama, acredita; todo menino é um rei; vazio
02 – Conto de areia, o mar serenou
03 – Leva meu samba; minha festa
04 – Mulata assanhada; é luxo só
05 – Viva meu samba; Brasil pandeiro; a voz do morro
06 – Ai que saudade da amelia; emilia
07 – Falsa baiana; escurinho
08 – Filosofia; O orvalho vem caindo
09 – Vem chegando a madrugada; O sol nascera; 1800 colinas
10 – Filosofia do samba; foi um rio que passou em minha vida
11 – Samba da minha terra; Yá Yá do cais dourado
12 – Brasil berço de imigrantes; alo alo taí carmem miranda


Roberto Ribeiro - A música brasileira deste século por seus autores e intérpretes (2002)

Faixas:
01 -Vazio (Está Faltando Uma Coisa Em Mim)
02 - Boi
03 - Canção de amor
04 - Sozinha
05 - Bom dia tristeza
06 - Amor de verdade
07 - Triste destino
08 - Pot-Pourri:
Nordeste, seu povo seu canto, sua glória
Alô... alô... tai Carmen Miranda
09 - Todo menino é um rei
10 - Meu irmão café
11 - Acreditar
12 - Liberdade
13 - Pot-Pourri:
Me deixe em paz
Atire a primeira pedra
14 - Preconceito
15 - Meu drama
16 - Amor aventureiro
17 - Heróis da liberdade

Roberto Ribeiro - Duetos (2006)

Faixas:
01 - Malandros Maneiros (Part Especial: Nei Lopes)
02 - Mel Pra Minha Dor (Part Especial: Alcione)
03 - Coisa Louca/A Razao Da-se A Quem Tem/ O Que Se Leva Dessa Vida (Part. Especial: Elza Soares)
04 - Artificio (Part. Especial: Clara Nunes)
05 - Malandro + 1 (Part. Especial: Grupo Raça)
06 - Me Engana Que Eu Gosto (Part.Especial: Marquinho Santana)
07 - Recomecar (Part.Especial Neguinho Da Beija-Flor)
08 - Desesperar, Jamais (Part Especial: Ivan Lins)
09 - Quem Te Viu, Quem Te Ve/ Musica Incidental: A Banda (Part Especial: Chico Buarque)
10 - De Uma Noite De Festa (Part. Especial: Simone)
11 - Coisa Da Antiga (Part Especial: Clara Nunes)
12 - Cocorocó (Part Especial: Clementina De Jesus)Faixas:

01 - Malandros Maneiros (Part Especial: Nei Lopes)
02 - Mel Pra Minha Dor (Part Especial: Alcione)
03 - Coisa Louca/A Razao Da-se A Quem Tem/ O Que Se Leva Dessa Vida (Part. Especial: Elza Soares)
04 - Artificio (Part. Especial: Clara Nunes)
05 - Malandro + 1 (Part. Especial: Grupo Raça)
06 - Me Engana Que Eu Gosto (Part.Especial: Marquinho Santana)
07 - Recomecar (Part.Especial Neguinho Da Beija-Flor)
08 - Desesperar, Jamais (Part Especial: Ivan Lins)
09 - Quem Te Viu, Quem Te Ve/ Musica Incidental: A Banda (Part Especial: Chico Buarque)
10 - De Uma Noite De Festa (Part. Especial: Simone)
11 - Coisa Da Antiga (Part Especial: Clara Nunes)
12 - Cocorocó (Part Especial: Clementina De Jesus)



" Falar de Roberto  Ribeiro é sempre um prazer  imenso, esse artista que dando fez pela música e nosso samba, obrigado Roberto, por toda sua obra "
A vida, é  como um bom samba, se for feliz não será real.
Anderson Silva Poeta.





O PORTAL DO SAMBA NA NET E WEB RÁDIO ACESSE:.



Apoio