Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, conhecida como Clara Nunes ( Caetanópilis, 12 de agosto de 1942 - Rio de Janeiro, 2 de abril de 1983), foi uma cantora brasileira, considerada uma das maiores intérpretes do país. Pesquisadora da música popular brasileira, de seus ritmos e de seu foclore, Clara também viajou varias vezes para a a África, representando o Brasil. Conhecedora das danças e das tradições afro- brasileiras, ela se converteu à Umbanda. Clara Nunes seria uma das cantoras que mais gravaria canções d ecompositores da Portela, escola para a qual torcia.
Também foi a primeira cantora brasileira a vender mais de 100 mil cópias, derrubando o tabu segundo o qual mulheres não vendiam disco.
Infância
Caçula dos sete filhos do casal Manuel Ferreira de Araújo e Amélia Gonçalves Nunes, Clara Nunes nasceu n interior de MInas Gerais, nodistrito de Cedro - à épooca pertecente ao município de Paraopeba e depois emancipado com o nome de Caetanópolis, onde viveu até aos 16 anos. Marceneiro na fábrica de tecidos Cedro Cachoeira, o pai de Clara era conhecido como Mané Serrador e também era violeiro e participante das festas de Folia de Reis. Mas Manuel morreu em 1944e , pouco depois, Clara ficari também orfã de mãe e acabaria sendo criada por sua irmã Dindinha (Maria Gonçalves) e o irmão José (conhecido com Zé Chilau). Naquela época, Clara participava de aulas de catecismo na matriz da Cruzada Eucarística. Lá também cantava ladainhas em latim no coro da igreja. Segundo as sua própias palavras, cresceu ouvindo Carmem Costa, Ângela Maria e principalmente , Elizeth Cardoso e Dalva de Oliveira, das quais sempre teve muita influência, mantendo, no entanto, estilo próprio. Em 1952, ainda menina , Clara venceu seu primeiro concurso de canto organizado em sua cidade, interpretando " Recuerdos de Ypacarai". Como prêmio, ganhou um vestido azul. Aos 14 anos, Clara ingressou como tecelã na fábrica Cedro & Cachieira, a mesma para qual seu pai trabalhou. Teve que se mudar para Belo Horizonte, indo morar com a irmã Vicentina e o irmão Joaquim, por causa do assassinato de um namorado, cometido em 1957 por seu irmão Zé Chilau. Na capital nineira, Clara travalhou como tecelã durante o dia e fez curso normal a noite. Aos fianis de semana, participava dos ensaios do Coral Renascença, na Igreja do bairro onde morava. Naquela época, conheceu o violonista Jadir Ambrósio, conhecido por ter composto o Hino do Cruzeiro . Admirado com a voz da jovem de 16 anos, Jadir levou Clara a vários programas de rádio, como "Degraus da Fama", no qual ela se apresentou com onome de Clara Francisca.
Após a morte
Ao Vivo
Coletâneas
Tributos
DVD
Mudança de nome
No início da década de 1960, Clara conheceu também Aurino Araújo (irmão
de Eduardo
Araújo), que a levou para conhecer muitos artistas.
Aurino também foi seu namorado durante dez anos,com o conhecimento de sua
família. Por influência do produtor musical Cid Carvalho, mudou o nome para Clara Nunes,
usando o sobrenome da mãe.
Em 1960, já com o nome de Clara Nunes e ainda como tecelã,
ela venceu a etapa mineira do concurso "A Voz de Ouro ABC",
com a música "Serenata do Adeus", composta por Vinicius de Moraes e
gravada anteriormente por Elizeth
Cardoso. Na final nacional do concurso realizada em São Paulo,
Clara Nunes obteve o terceiro com a canção "Só Adeus" (de
Jair Amorim e Evaldo Gouveia).
A partir daí, Clara Nunes começou a cantar na Rádio
Inconfidência de Belo
Horizonte. Durante três anos seguidos foi considerada a
melhor cantora de Minas Gerais. Ela também passou a se apresentar como crooner em
clubes e boates na
capital mineira e chegou a trabalhar com o então baixista Milton Nascimento -
àquela altura conhecido como Bituca.
Naquela época, fez sua primeira apresentação
na televisão, no
programa de Hebe
Camargo em Belo Horizonte. Em 1963, Clara Nunes ganhou
um programa exclusivo na TV Itacolomi, chamado "Clara
Nunes Apresenta" e exibido por um ano e meio. No programa se
apresentavam artistas de reconhecimento nacional, entre os quais Altemar Dutra e Ângela Maria.
Viveu em Belo Horizonte até 1965, quando se mudou para
a cidade
do Rio de Janeiro, mais especificamente para Copacabana.
Os primeiros discos
Já no Rio de Janeiro, Clara Nunes se apresentava em
vários programas de televisão, como José Messias, Chacrinha, Almoço
com as Estrelas e Programa de Jair de Taumaturgo. Antes de
aderir ao samba,
Clara cantava especialmente boleros. Além de emissoras de rádios e televisão, ela
também percorreu escolas
de samba, clubes e casas noturnas nos subúrbios cariocas.
Ainda em 1965, ela passou por um teste como cantora na gravadora Odeon,
onde registrou pela primeira vez a sua voz em um LP. O disco foi lançado
pela Rádio Inconfidência (onde Clara trabalhou quando morava
em Belo Horizonte) e contava com a participação de outros artistas, todos da
Odeon.
No ano seguinte, Clara foi contratada por esta gravadora, a
primeira e a única em toda a sua vida. Naquele mesmo ano, foi lançado o
primeiro LP oficial da cantora, "A Voz Adorável de Clara
Nunes". Por insistência da gravadora para que ela interpretasse
músicas românticas, Clara apresentou neste álbum um repertório de boleros e sambas-canções,
mas o LP foi um fracasso comercial. Em 1968, Clara Nunes gravou "Você Passa e Eu
Acho Graça", seu terceiro disco na carreira e o primeiro onde
cantaria sambas. A
faixa-título (deAtaulfo
Alves e Carlos Imperial) foi seu primeiro grande sucesso radiofônico.
Em 1967, a Odeon lançou "A Beleza Que
Canta", LP no qual a cantora interpretou "Casinha
Pequena", uma canção de domínio público. Ainda em 1969, Clara Nunes ganhou o primeiro lugar no "I
Festival da Canção Jovem de Três Rios" com a música "Pra
Que Obedecer" (de Paulinho da Viola e Luís Sérgio Bilheri) e ainda classificou a
canção "Encontro" (de Elton Medeiros e
Luís Sérgio Bilheri) na terceira colocação. Ficou em oitavo lugar "IV
Festival Internacional da Canção Popular" com a música "Ave Maria
dos Retirantes" (de Alcyvando Luz e Carlos Coqueijo),
que foi lançada naquele mesmo ano em disco homônino.
Afirmação no samba
Em 1970, Clara Nunes se apresentou em Luanda,
capital angolana, em
convite de Ivon
Curi. No ano seguinte, a cantora gravou seu quarto LP, no qual
interpretou e "É Baiana" (de Fabrício da Silva,
Baianinho, Ênio Santos Ribeiro e Miguel Pancrácio), música que obteve
considerável sucesso no carnaval de 1971, e "Ilu Ayê", samba-enredo da Portela (de
autoria de Norival Reis e Silvestre Davi da Silva). Na capa do álbum, a cantora
mineira fez um permanente nos cabelos pintados de vermelho e passou a partir
daí a se vestir com roupas que remetiam às religiões afro-brasileiras.
Em 1972, Clara se firmou como cantora de samba com
o lançamento do álbum "Clara Clarice Clara". Com arranjos
e orquestrações domaestro Lindolfo Gaya e
com músicos como o violonista Jorge da Portela e Carlinhos do Cavaco, o disco
teve como grandes destaques as canções "Seca do Nordeste" (um
samba-enredo da escola
de samba Tupi de Brás de Pina), "Morena
do Mar" (de Dorival
Caymmi),"Vendedor de Caranguejo" (de
Gordurinha), "Tributo aos Orixás" (de Mauro Duarte,
Noca e Rubem Tavares) e a faixa-título "Clara Clarice Clara" (de Caetano Veloso e Capinam.
Ainda naquele ano, Clara Nunes se apresentou no "Festival de
Música de Juiz de Fora" e gravou um compacto simples da
música "Tristeza, Pé no Chão" (de Armando
Fernandes), que vendeu mais de 100 mil cópias.
A Odeon lançou em 1973 o disco "Clara
Nunes". Naquele mesmo ano, a cantora estreou com Vinicius de Moraes e Toquinho o
show "O poeta, a moça e o violão" no Teatro Castro
Alves, em Salvador.
Também em 1973, Clara foi convidada pela Radiotelevisão Portuguesa para fazer uma
temporada em Lisboa.
Depois, percorreu alguns outros países da Europa, como a Suécia, onde gravou um especial ao lado da Orquestra
Sinfônica de Estocolmo para a TV local.
Sucesso comercial
Clara Nunes integrou a comissão que representou
o Brasil no "Festival
do Midem", em Cannes,
em 1974.
Por lá, a Odeon somente para o público europeu o disco "Brasília",
que foi base para o LP "Alvorecer". Este álbum emplacou
grandes sucessos como "Contos de Areia"(de Romildo S.
Bastos e Toninho Nascimento), "Menino Deus" (de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro)
e "Meu Sapato Já Furou" (de Mauro Duarte e Elton Medeiros). O
LP bateu recorde de vendagem para cantoras brasileiras, com mais de 300 mil
cópias vendidas, um feito nunca antes registrado no Brasil. Ainda em 1974, a
cantora atuou (ao lado de Paulo
Gracindo), em "Brasileiro Profissão
Esperança", espetáculo de Paulo Pontes, referente à vida da cantora e
compositora Dolores
Duran e do compositor e jornalista Antônio Maria. O
show ficou em cartaz no Canecão até 1975 e
gerou o disco homônimo.
Também em 1975, a Odeon lançaria ainda o LP "Claridade".
Com grandes sucessos como "O Mar Serenou" (de Candeia)
e "Juízo Final"(de autoria de Nelson Cavaquinho e Élcio Soares),
este álbum se tornou o maior sucesso da carreira da cantora, batendo o recorde
de vendagem feminina e alavancando o samba-enredo da Portela na avenida, "Macunaíma, Herói da
Nossa Gente" (de autoria de Norival Reis e Davi Antônio Correia),
com o qual a escola classificou-se em 5º lugar no Grupo 1. Ainda naquele ano,
Clara se casou com o poeta,compositor e produtor Paulo César Pinheiro e
percorreu vários países da Europa em turnê.
Clara Nunes gravou o LP "Canto das
Três Raças" em 1976. Além da faixa-título (de Mauro Duarte e Paulo
César Pinheiro), grande sucesso na carreira da cantora, o disco contava ainda
com "Lama" (de Mauro Duarte), "Tenha
Paciência" (de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito), "Riso
e Lágrimas" (de Nelson Cavaquinho, Rubens Brandão e José
Ribeiro), "Fuzuê" (de Romildo e Toninho) e "Retrato
Falado" (de Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro).
Em 1977, a Odeon lançou o disco "As Forças da
Natureza", um álbum mais dedicado ao partido alto. O
LP teve como principais destaques a faixa-título (de João Nogueira e Paulo
César Pinheiro), "Coração Leviano" (de Paulinho da Viola e "Coisa
da Antiga" (de Wilson Moreira e Nei Lopes). O disco ainda contou
com a participação de Clementina
de Jesus na faixa "PCJ-Partido da
Clementina de Jesus" (de Candeia) e lançou "À Flor
da Pele", primeira composição de Clara (feita em parceria com Maurício
Tapajós e Paulo César Pinheiro).
Em 1978, foram lançados os álbuns "Guerreira",
no qual Clara interpretou vários ritmos brasileiros além do samba - sua marca
registrada -, e "Esperança", com destaque para a
faixa "Feira de Mangaio" (de Sivuca e Glorinha Gadelha).
Ainda naquele ano, participou do LP "Vida boêmia",
de João
Nogueira, no qual interpretou "Bela
Cigana" (de João Nogueira e Ivor Lancellotti), e esteve - ao lado de Chico Buarque,Maria Bethânia e
outros artistas - no show do Riocentro, que marcaria a história política
brasileira devido à explosão de uma bomba.
Em 1979, Clara participou do LP "Clementina",
de Clementina
de Jesus. Naquele mesmo ano, a cantora mineira se submetia
a uma histerectomia (remoção
do útero),
após sofrer três abortos espontâneos.
Por nutrir obsessão pela maternidade, a
impossibilidade de ser mãe causou a Clara Nunes fortes abalos emocionais,
superados pela entrega absoluta à carreira artística.
Últimos anos de vida
Em 1980, Clara Nunes gravou o álbum "Brasil
Mestiço", que fez sucesso nas emissoras de rádio de todo o país
com "Morena de Angola"(composta por Chico Buarque em
sua homenagem), "Brasil Mestiço, Santuário da Fé" (de
Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), "Peixe com Coco" (de
Alberto Lonato, Josias e Maceió do Cavaco), "Última Morada" (de
Noca da Portela e Natal) e "Viola de Penedo" (de
Luiz Bandeira). Ainda naquele ano, a cantora participou dos LPs "Cabelo
de Milho" (de Sivuca) e "Fala Meu Povo" (de Roberto Ribeiro), e
viajou para Angola representando
o Brasil ao
lado de Elba
Ramalho, Djavan, Dorival Caymmi e Chico Buarque, entre outros.
Gravou em 1981 o LP "Clara", com
grande sucesso para a música "Portela na Avenida" (de
Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), com a participação especial da Velha Guarda da Portela nesta
faixa, e estreou o show "Clara Mestiça" (dirigido
por Bibi
Ferreira). Ainda naquele ano, a Odeon lançou uma coletânea
intitulada "Sucesso de Ouro".
Em 1982, a Odeon lançaria "Nação", o
último álbum de estúdio da cantora. O LP teve como destaques a faixa-título
(de João
Bosco, Aldir Blanc e Paulo Emílio), "Menino Velho" (de
Romildo e Toninho), "Ijexá" (de Edil Pacheco), "Serrinha" (de
Mauro Duarte e Paulo
César Pinheiro) - uma homenagem dos compositores à escola de samba Prazer
da Serrinha e ao Morro da Serrinha, reduto do jongo,
situadas em Vaz Lobo, subúrbio carioca. Ainda naquele ano, Clara se apresentou
na Alemanha ao
lado de Sivuca e Elba Ramalho e
participou do LP "Kasshoku", lançado no Japão pela
gravadora Toshiba/EMI, gravando um especial para a emissora de TV NHK.
Morte polêmica
Em 5 de Março de 1983, Clara Nunes se submeteu a uma aparentemente
simples cirurgia de varizes,
mas a cantora acabou tendo uma reação alérgica a um componente do anestésico.
Clara sofreu uma parada cardíaca e permaneceu durante 28 dias internada
na UTI da
Clínica São Vicente, no Rio
de Janeiro. Neste ínterim, a cantora foi vítima de uma série
de especulações que circulavam na mídia sobre sua internação, entre elas "inseminação
artificial, aborto, tentativa de suicídio, surra de seu marido Paulo César
Pinheiro", em episódio semelhante ao ocorrido na morte de Elis Regina, no ano anterior.
Na madrugada de 2 de abril de 1983 - um Sábado de Aleluia -,
Clara Nunes entrou oficialmente em óbito aos 39 anos de idade, vítima de
um choque
anafilático. A sindicância aberta pelo Conselho Regional de
Medicina do Rio de Janeiro na época foi arquivada, o que geraria por muitos
anos suspeitas sobre as causas da morte da cantora. O corpo da cantora foi
velado por mais de 50 mil pessoas na quadra daescola de samba Portela. O sepultamento no Cemitério São João Batista foi
acompanhado por uma multidão de fãs e amigos. Em sua homenagem, a rua em
Oswaldo Cruz onde fica a sede da Portela, sua escola de coração, recebeu seu
nome.
Após a morte
Em 1986, a Velha Guarda da Portela interpretou "Flor
do Interior" (de Manacéa), uma das muitas feita em homenagem à Clara Nunes,
no disco "Doce Recordação" - produzido por Katsunori
Tanaka e lançado no Japão.
Outro compositor, Aluízio Machado (da Império Serrano), também compôs a música "Clara" em
homenagem à cantora. Em 1988,
Maria Gonçalves (irmã mais velha de Clara Nunes, que passou a criar a cantora
quando esta tinha apenas quatro anos) reuniu várias peças do vestuário,
adereços e objetos pessoais da cantora, e criou uma sala que abriga o acervo de
sua obra em um espaço físico com cerca de 120 metros, anexado à creche que leva
o seu nome em Caetanópolis.
Em 1989, a gravadora EMI-Odeon produziu
a coletânea "Clara Nunes, O Canto da Guerreira". Também
naquele ano, o selo WEA lançou
para o mercado estadunidense o
álbum "O Samba: Brazil Classics 2", com vários artistas e
incluindo Clara Nunes.
Três anos depois, a EMI-Odeon lançou "Série
2 em 1", compilação em CD de dois LPs: "Brasil Mestiço" e "Nação",
e a gravadora norte-americana World Pacific lançou "Best of Clara
Nunes" no mercado dos Estados Unidos. Em 1993, o selo Som Livre lançou "Clara Nunes - 10
anos" - em lembrança ao décimo aniversário de morte da cantora -
e a EMI-Odeon lançou pela "Série 2 em 1" os
discos "Adoniran Barbosa" e "Adoniram
Barbosa e Convidados", este último também contou com a participação de
Clara Nunes. Esta mesma gravadora lançaria em 1994 as
coletâneas "O Canto da Guerreira", "O Canto
da Guerreira Volume 2" e "Meus Momentos".
Também naquele ano, a gravadora Saci lançou o álbum "Homenagem a
Mauro Duarte", que contou com a voz de Clara Nunes, uma de suas
maiores amigas e a sua principal intérprete.
Em 1995, a Odeon lançou "Clara Nunes com
Vida", álbum produzido por Paulo César Pinheiro e José Milton, no qual foram
acrescidas as vozes de outros artistas - Emílio Santiago, Martinho da Vila, Chico Buarque, Nana Caymmi, Roberto Ribeiro, João Bosco, Elba Ramalho,Gilberto
Gil, Milton Nascimento, Alcione, Marisa Gata Mansa, Paulinho da Viola, Ângela Maria e João Nogueira - fazendo duetos com Clara Nunes, e "O
Talento de Clara Nunes", outra coletânea.
Em No ano seguinte, a EMI-Odeon reeditou a obra completa de Clara
Nunes, que incluíam 16 discos com as capas reproduzidas do original,
remasterizados no Estúdio Abbey Road, em Londres, considerado o melhor do mundo. Três anos depois, a
cantora Alcione gravou"Claridade",
um álbum com os maiores sucessos da carreira de Clara . Em 2001, foi apresentado no
teatro do Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, o musical "Clara
Nunes Brasil Mestiço",com Ana Velloso e no ano seguinte foi
lançado o livro "Velhas Histórias, Memórias Futuras" de
Eduardo Granja Coutinho, no qual o autor faz várias referências à cantora.
Em comemoração aos seus 60 anos, que seriam
completados em 2003, a
gravadora DeckDisc lançou "Um Ser de Luz - Saudação à Clara
Nunes", álbum produzido por Paulão Sete Cordas e que contou a participação de diversos
artistas interpretando parte de seu repertório, como Mônica Salmaso ("Alvorecer"), Élton Medeiros ("Lama"), Rita Ribeiro ("Morena
de Angola"), Mar'tnália ("Ijexá"), Fafá de Belém ("Sem
Compromisso"), Renato
Braz ("Menino Deus" e "Nação"), Falamansa ("Feira
de Mangaio"), Monarco e Velha Guarda da Portela ("Peixe
com Coco"), Cristina
Buarque ("Derramando Lágrimas"), Dona Ivone Lara ("Juízo
Final"), Nilze
Carvalho ("A Deusa dos Orixás"), Teresa Cristina ("As
Forças da Natureza"), Pedro Miranda ("Candongueiro"), Alfredo Del Penho ("Coisa
da antiga"), Wilson
Moreira ("O Mar Serenou"), Helen Calaça ("Basta
um Dia") e ainda participações de Seu Jorge, Walter Alfaiate e Elza Soares, entre outros.
Em 2004, a Prefeitura de Caetanópolis inaugurou o Instituto Clara Nunes (anexo à
Creche Clara Nunes), ambos coordenados pela irmã de Clara, Maria Gonçalves e
lançou a ideia de se criar o "Museu Clara Nunes", em
memória de sua filha mais ilustre da cidade. O museu será no antigo cinema
Clube Cedrense, que pertencia à fábrica têxtil Cedro-Cachoeira, no qual a
cantora se apresentou pela primeira vez. Também naquele ano, a EMI lançou uma caixa
em nove CDs reunindo
os 16 LPs solos
de Clara Nunes, raridades e participações da cantora em discos alheios e
tributos e ainda a reedição dos primeiros discos da cantora, fase na qual
interpretava versões de canções italianas, francesas e boleros românticos.
No ano seguinte, a mesma gravadora lançou "Clara Nunes canta Tom e
Chico", coletânea na qual compilou algumas gravações de discos
anteriores da cantora, entre elas "Apesar de Você", "Umas
e Outras", "Desencontro", "Morena
de Angola" e "Novo Amor" (todas
de Chico
Buarque, "Insensatez" e "A
Felicidade" (de Tom Jobim e Vinícius de Moraes), além de "Sabiá" (da
dupla Tom e Chico).
Em 2006 foi encontrada mais uma interpretação inédita
de Clara Nunes. A composição "Quem Me Dera" (de
Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho) foi incluída no álbum póstumo
de Maurício
Tapajós, "Sobras Repletas", que
também trouxe uma outra composição, também em sua homenagem, desta vez feita em
sua homenagem, "Surdina" (de Maurício Tapajós e
Cacaso). Em 2007, o
jornalista Vagner Fernandes lançou a biografia "Clara Nunes - Guerreira da
Utopia", que trouxe entrevistas com vários compositores e intérpretes,
entre os quais Chico
Buarque, Paulinho da Viola, Alcione, Hermínio Bello de Carvalho, Hélio Delmiro, Milton Nascimento, Monarco e Paulo César Pinheiro,
além de familiares e amigos.
Após a morte, virou mito na música popular brasileira.
- DISCOGRAFIA
- OBRA
- 1966 - A Voz Adorável de Clara Nunes (Odeon) 4.127 cópias vendidas
- 1968 - Você Passa e Eu Acho Graça (Odeon) 7.542 cópias vendidas
- 1969 - A Beleza Que Canta (Odeon) 5.856 cópias vendidas
- 1971 - Clara Nunes (Álbum) (Odeon) 158.710 cópias vendidas
- 1972 - Clara Clarice Clara (Odeon) 164.542 cópias vendidas
- 1973 - Clara Nunes (Álbum de 1973) (Odeon) 250.120 cópias vendidas
- 1974 - Brasileiro Profissão Esperança (Odeon) 219.010 cópias vendidas
- 1974 - Alvorecer (Odeon) 784.028 cópias vendidas
- 1975 - Claridade (Odeon) 1.125.410 cópias vendidas
- 1976 - Canto das Três Raças (EMI-Odeon) 1.285.058 cópias vendidas
- 1977 - As Forças da Natureza (EMI-Odeon) 809.047 cópias vendidas
- 1978 - Guerreira (EMI-Odeon) 1.011.005 cópias vendidas
- 1979 - Esperança (Álbum) (EMI-Odeon) 900.485 cópias vendidas
- 1980 - Brasil Mestiço (EMI-Odeon) 2.002.450 cópias vendidas
- 1981 - Clara (EMI-Odeon) 811.587 cópias vendidas
- 1982 - Nação (EMI-Odeon) 1.254.998 cópias vendidas
Ao Vivo
- 2008 - Poeta, Moça e Violão (com Vinícius de Moraes e Toquinho) (Biscoito Fino) CD
Coletâneas
- 1979 - Sucessos de Ouro (EMI-Odeon) 573.568 cópias vendidas
- 1983 - Clara Morena (EMI-Odeon) 489.656 cópias vendidas
- 1984 - Alvorecer (Som Livre) 501.254 cópias vendidas
- 1984 - A Deusa dos Orixás (Som Livre) 415.074 cópias vendidas
- 1985 - Clara (EMI-Odeon) 480.081 cópias vendidas
- 1989 - O Canto da Guerreira (EMI) 400.456 cópias vendidas
- 1990 - O Canto da Guerreira Vol.2 (EMI) 500.125 cópias vendidas
- 1993 - 10 Anos (Som Livre) 200.425 cópias vendidas
- 2003 - Para Sempre Clara
- 2005 - Clara Nunes Canta Tom e Chico
- 2007 - Mestiça (EMI)
- 2008 - Sempre (Som Livre)
Tributos
- 1995 - Clara Nunes Com Vida (EMI) - Vários Artistas 205.855 cópias vendidas
- 1999 - Claridade (Globo/Universal) - Alcione
- 2003 - Um Ser de Luz - Uma Saudação a Clara Nunes - Vários Artistas
DVD
- 2008 - Clara Nunes (EMI - Globo Marcas) - Coletânea com alguns dos videoclipes da cantora exibidos no programa Fantástico - Rede Globo
A jornalista Leda Nagle entrevista Clara Nunes na casa da cantora. Clara
se preparava para lançar dois álbuns no Japão, para onde viajou em
turnê.
A jornalista Leda Nagle em mais uma entrevista com a nossa Clara.
PAULO CESAR FALA DE CLARA NUNES
Agradecimentos à amiga Sandra Rodrigues pela colaboração para elaborar esta matéria sobre esta mulher , guerreira, com uma voz divina a nossa querida Clara Nunes a voz de sabia como era conhecida e no seu voo mais alto encantou à todos nós obrigado Clara.....
Anderson Silva Poeta
deixem passar os videos ,,,,porque bloquearem estes videos....morreremos ...como clara...quem vai querer ver estes vedeos...o Brasil nao tem memoria,,,liberem os videos p os que ainda amam Clara...como eu....abraço.
ResponderExcluirpro que comentar......ninguem responde.....
ResponderExcluir